Ponto de Vista
Em fase de finalização , o arranha-céu horizontal de Steven Holl em parceria com Li Hu tem a mesma extensão que o Empire State Building de Nova York. Projeto vencedor de um concurso fechado para grandes escritórios de arquitetura, o edifício paira sobre um jardim tropical na China.
sustentabilidade e arquitetura parasita
Ouvi falar pela primeira vez sobre sustentabilidade durante as aulas de Conforto Ambiental na faculdade. Na época era algo relativamente novo e me parecia se tratar de uma prática restrita à arquitetura. Atualmente a bandeira da sustentabilidade é levantada por muitos outros, que não somente arquitetos, e em certas situações me questiono até que ponto se sustenta a credibilidade da classificação como sustentável do objeto em debate. Para não cair em enganos, o jeito é estudar mais e se manter sempre informado. Discernimento é um poderoso escudo quando se vive entre tantos slogans e propagandas talvez não tão sustentáveis assim.
Spider design
Este post é para quem, como eu , tem aracnofobia. Devo admitir que, apesar de serem pequenos monstrinhos de quem eu quero distância, as aranhas são arquitetas geniais. Provavelmente inspirados no trabalho dessas minhas colegas de profissão do mundo animal, os finlandeses Aamu Song & Johan Olin, o Company, produziram estas grandes teias de barbantes, construídas na floresta de Ainola para a realização de um evento musical.
O enigma das crianças de madeira
Li em um dos blogs de arte que acompanho, o yatzer.com, um post sobre o artista Gehard Demetz que produz essas intrigantes e belas esculturas de crianças em madeira. O suposto terror que apresentam é cuidadosamente esculpido em madeira. Um trabalho fantástico!
onde está a genialidade da arquitetura?
O que me desperta paixão e me faz sentir feliz com a profissão que escolhi é descobrir que sei o que quero fazer e que tipo de profissional quero ser. Quando encontro uma boa arquitetura sinto a prazerosa ansiedade de um dia poder fazer algo tão bom quanto aquilo que observo. Ultimamente tenho me deparado com uma infinidade de cores e formas bastante estimulantes, daquelas que parecem querer estabelecer a qualquer custo o seu valor, a sua imagem. As vezes me perco em pensar que o mundo pode esperar apenas isso de um arquiteto: uma imagem bonita que possa aparecer mais. Mas, se me encontro com aquela arquitetura que me tranquiliza, volto a ter esperanças e a me lembrar que também existe uma parcela do mundo que entende que o valor não está na previsibilidade e na obviedade das coisas. O silêncio pode revelar muito mais que os gritos forçados de uma arquitetura sem voz. Espero que essa parcela nunca desapareça!
hiper-real
Quando eu era criança e passava o dia todo desenhando, eu queria ser como o pintor italiano Caravaggio, porque acreditava que um bom artista só seria realmente bom se pintasse com total realismo. Caravaggio na época me hipnotizava com aquelas imagens cheias de detalhes, demonstrando uma habilidade incrível de dominar a luz com os seus pincéis. Bem, hoje acho que um bom artista é aquele que transmite melhor aquilo que pensa, independente da tecnica que usa e se essa técnica é tecnicamente perfeita. Acho que a verdade daquilo que se quer dizer é que tem que ser plena. Mas, nem tudo precisa ter necessariamente uma mensagem ou discussão por tras de um trabalho artístico. A obra de arte pode ser, também, simplesmente uma forma de entretenimento visual. O que não lhe tira o valor, pois como disse Niemeyer, “toda forma capaz de criar beleza tem na própria beleza sua principal função.”
The Book of the Ground
Bem, é mais do que óbvio que a internet é uma poderosa ferramenta de miscigenação. Digo isso porque o acesso ao conhecimento sobre culturas e linguagens diferentes é cada vez mais fácil e as pessoas tendem a se misturar nesta grande sopa de “letrinhas” chamado mundo globalizado. Pessoas conhecendo mais sobre outras pessoas tendem a uma forte e inevitável aproximação e o mais interessante disso tudo é descobrir que seres humanos são simplesmente seres humanos em todo lugar. Acredito que a principal diferença está na forma de se comunicar, porque de mais a mais somos todos iguais na “matéria bruta”. Porém, gente criativa se comunica melhor ou se comunica mais. A internet é hoje, provavelmente, o modo mais eficaz de comunicação e disseminação de idéias entre seres humanos. Por isso, quanto mais claro, melhor o compartilhamento de informações.
Me perdendo entre as dezenas de blogs que acompanho, encontrei no http://adswithoutproducts.com/ um post sobre o trabalho do artista Xu Bing sobre linguagem de ícones e achei muito legal. A intenção de Xu Bing é criar uma especie de dicionário de ícones para que textos possam ser entendidos por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. Vamos ver se vai dar certo. Por enquanto é graficamente muito interessante e divertido.
O site deles é esse aqui: http://www.bookfromtheground.com/
Rafael Alcantara
“[…]a marca do seu tempo.”
Cameçamos bem, então, com a primeira publicação em uma das mais importantes revistas de arquitetura do Brasil. A nota é pequena no tamanho, porém de dimensões ilimitadas na importância. Na página 109 da revista Projeto Design de agosto de 2009 está o paracer do juri sobre o meu projeto para o o Novo Departamento de Filosofia da Unesp.
Rafael Alcantara
meu abismo premiado
O projeto foi indicado para o concurso Ópera Prima 2009, se classificou entre os 25 melhores trabalhos do Brasil e recebeu mensão honrosa na cerimônia de premiação no MUBE, em São Paulo.
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Um edifício que estimule a reflexão e que seja contemplado enquanto sirva para contemplar. A busca pela harmonia entre filosofia, arte e arquitetura é o caminho por onde segue o projeto que pretende resolver de maneira poética as necessidades de um campus universitário e os anseios de um curso superior que clama pelo pensar. O Novo Departamento de Filosofia da Unesp de Marília encontra nas forças do lugar a inspiração para acontecer enquanto arquitetura e em discussões filosóficas a base para existir além da tectônica.
Produto da análise cuidadosa do entorno, do sítio e das condicionantes do lugar e das discussões acerca da filosofia e da arquitetura como instrumento de comunicação e percepção do espaço, o projeto consiste em um grande prisma metálico branco, suspenso por uma estrutura de mão-francesa em concreto, prestes a se lançar ao abismo. O programa de necessidades se distribui ao longo do volume de modo a atender questões funcionais, de conforto ambiental, economia de energia e principalmente estabelecer relações inexoráveis entre construção e discurso arquitetônico.
O novo edifício para o Departamento de Filosofia da Unesp de Marília se apresenta como uma metáfora da teoria do conhecimento de Platão, onde cada etapa do projeto faz referência a um nível de conhecimento: a crença, a opinião, o raciocínio e a intuição intelectual. Tudo espaço foi pensado de forma a estimular o “olhar através” do observador: sob o edifício, onde surge um lugar para pratica de atividades coletivas; pelo interior, onde as aberturas voltam-se pra o vale; e sobre o edifício, onde a cobertura se revela um extenso gramado. Aqui a arquitetura é uma árvore projetada pelo homem, cujos frutos alimentam a introspecção, o questionamento e a busca pelo verdadeiro conhecimento.
Rafael Alcantara
Senseware 